quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

‘Prefiro filho ladrão a gay’


Com certeza você já deve ter ouvido a frase: "Prefiro ter filho ladrão a ter filho gay". Recebi um e-mail com um texto que começava com esta frase e falava um pouco da origem dela.
Trabalho de pesquisa publicado pela PUC Minas mostra que o pensamento é mais antigo do que parece. Segundo a pesquisadora Érika Pretes, vem do Brasil Colônia, quando havia o crime de sodomia. Na época, enquanto o ladrão respondia sozinho por seu crime, os familiares do sodomita também eram punidos e perdiam todos os seus pertences.
O estudo “História da Criminalização da Homossexualidade no Brasil: da Sodomia ao Homossexualismo” mostra a participação de instituições como o Estado e a Igreja na criação e perpetuação de discursos e práticas homofóbicas.
A relação sexual entre pessoas do mesmo sexo inicialmente era tida como pecado-delito. Quando a homossexualidade deixou de ser crime, houve apenas a substituição de uma forma de preconceito por outra e o preconceito em forma de lei passou a vir sob forma de falsa análise médico-científica.
Segundo a pesquisa, a partir de então as relações foram encaradas como um desvio biológico da sexualidade humana. A ciência buscou se distanciar da imagem criminalizada e pecadora produzindo denominações, daí surge o termo homossexualismo. A mudança foi falsamente progressista, não mudando em nada o preconceito. Os homossexuais continuaram sendo discriminados e passaram a ser tratados à força.
O estudo rendeu uma bolsa CNPQ para a pesquisadora Érika Pretes desenvolver nova pesquisa, desta vez sobre a criminalização da homofobia, atualmente em análise no Senado.
Por falar no PLC 122, a enquete sobre o tema promovida no site da Casa foi encerrada com resultado apertado, mas desfavorável à comunidade LGBT. A resposta contrária à aprovação do projeto venceu com 51,54% contra 48,46%. Foram contabilizadas mais de 400 mil participações.