segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O grande combate


A maior luta realmente tem sido contra o preconceito. Seja no combate de uma das doenças mais terríveis de nossa época ou na árdua construção de uma sociedade um pouco mais tolerante e inclusiva. O Governo Federal parece ter acertado no foco mais uma vez com a campanha do “Dia Mundial de Luta contra a Aids” de 2011, lançada no último dia 1º de dezembro.

Depois de ter trabalhado com as mulheres heterossexuais e com os idosos, chega a vez dos jovens gays. Boletim epidemiológico recém-lançado sobre a Aids mostra que a epidemia tem crescido entre os jovens gays nos últimos anos. De 1998 a 2010, o percentual de casos na população heterossexual de 15 a 24 anos caiu 20,1%. Entre os gays da mesma faixa etária, no entanto, houve aumento de 10,1%.

O slogan da campanha é “A Aids não tem preconceito. Previna-se”. A proposta é estimular a reflexão sobre uma sociedade menos preconceituosa, mais solidária e tolerante à diversidade sexual e às pessoas vivendo com HIV/Aids. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou muito bem durante o lançamento que “expor cada vez mais as pessoas à diferença é umas melhores formas de acabar com a discriminação”.

O “Dia Mundial de Luta Contra a Aids” foi criado na Assembleia Mundial de Saúde de 1987, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), para reforçar a solidariedade, a tolerância e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV.

Vale relembrar que a coluna “G, L e o quê?!” já refletiu a respeito do fato de as novas gerações não terem sofrido com os efeitos devastadores que a Aids provocou antes dos “coquetéis”. Já no primeiro semestre do ano passado comentava o assunto em “Retorno da ‘Peste Gay’?”. Pesquisa do Ministério da Saúde apontava que entre meninos na faixa etária dos 13 aos 19 anos, há mais casos de Aids por transmissão homossexual (33,5%) do que heterossexual (28,3%).

Volto a falar: estes jovens talvez estejam se descuidando pois tomaram consciência da própria sexualidade em uma época em que a Aids já não assusta com mortes públicas e os medicamentos possibilitam uma vida praticamente normal. No entanto, não se está pensando nas reais consequências. É preciso refletir. Liga o pisca alerta. Volta a si. Acorda!