segunda-feira, 16 de abril de 2012

Repulsa x Atração


Notícias do início deste mês lançam luz sobre a questão da violência contra os LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Ou pelo menos provocam algumas reflexões importantes.


Segundo o GGB (Grupo Gay da Bahia), pelo sexto ano consecutivo, houve crescimento nos casos de assassinatos de homossexuais. Em 2011, foi contabilizado o número recorde de 266 casos. A entidade acompanha os casos desde a década de 1970 e, em 2012, já foram registrados 106 assassinatos. Os números começaram a subir em 2006, com 112 mortos. No ano de 2010, foram 260 casos. No entanto, o levantamento é feito somente com base em notícias veiculadas em jornais e na internet e os números devem ser bem maiores.

Do total de casos em 2011, 60% se referem a assassinatos de gays, 37% de travestis e 3% de lésbicas. Os três Estados com mais mortes foram Bahia (28), Pernambuco (25) e São Paulo (24).

            Lideranças dos LGBTs entendem que os homicídios têm relação com a homofobia e que a maior visibilidade dos homossexuais provoca a agressividade.

            Por outro lado, um estudo norte-americano indica que pessoas homofóbicas se comportam agressivamente contra os homossexuais porque sentem atração por pessoas do mesmo sexo. O estudo foi realizado pelas universidades de Rochester, Essex e Califórnia. A explicação é que a violência seria a maneira de reprimir o desejo sentido e considerado pelo sujeito como algo errado.

            A pesquisa foi publicada este mês no Journal of Personality and Social Psychology e envolveu mais de 600 estudantes universitários norte-americanos e também alemães. Quatro experimentos distintos investigaram a atração sexual tanto explícita quanto implícita dos participantes. A proposta foi medir as discrepâncias entre o que os indivíduos afirmavam sobre sua orientação sexual e como eles verdadeiramente reagiam a determinados estímulos.

            Os resultados fornecem evidências de apoio à teoria de que a repulsa por homossexuais pode ser uma reação de pessoas que se identificam com eles, mas, com medo do julgamento dos outros, reprimem sua atração.