sexta-feira, 22 de julho de 2011


Publicado ontem (21.07.11)no jornal Folha da Região em "Edital de Proclamas" o que deve ser a primeira união homoafetiva (ou casamento gay) da região de Araçatuba-SP. Abafa!!!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ousadia de menos


Manchete do jornal Folha da Região (Araçatuba/SP) no dia 26 de junho (“Lazer gay injeta R$ 780 mil por ano na economia de Araçatuba e Birigui”) trouxe alguns números para enriquecer a discussão sobre o poder do chamado “Pink Money” (Dinheiro Cor de Rosa) na região.

Claro que os R$ 780 mil injetados por ano em duas casas noturnas é uma amostra do poder econômico de nossa comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), que gasta com tantas outras coisas além de lazer.

Vale ressaltar que as empresas despertam muito lentamente ainda para agradar a este público com pouca ousadia e muitas falhas de comunicação. No entanto, esta não é uma dificuldade só dos empresários regionais.

Matéria do Meio & Mensagem do dia 22 de junho (“O Pink Money vale menos que o Real?”) afirmou que o preconceito custa a recuar entre o empresariado brasileiro. E apontou a estimativa de que os LGBT têm renda anual de R$ 150 bilhões — 7,1% do PIB, indicador econômico que representa o conjunto de bens e serviços produzidos pela economia brasileira em 2010.

Para ilustrar a representatividade da comunidade, é importante também citar que a última edição da Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, no dia 26 de junho, reuniu cerca de 4 milhões de pessoas, segundo estimativas da organização.

Moralismo e questões religiosas têm sido apontados como motivo de as empresas brasileiras não valorizarem este público. Nações mais industrializadas tratam a questão com maior normalidade.

O jornalista André Fischer, diretor do Grupo Mix Brasil, que reúne site, revista, rádio e TV paga voltados para o público LGBT, acusa o mercado publicitário de careta e afirma que cabe às agências fazer o meio de campo com o anunciante.

As marcas que “saírem do armário” antes vão se dar bem. Surgem iniciativas para auxiliar o mercado. No próximo dia 23 de julho acontece em São Paulo o Expo Business LGBT Mercosul, que pretende esclarecer o que é ser uma empresa “gay-friendly”.

Em abril de 2012, a Associação Internacional de Turismo para Gays e Lésbicas (IGLTA) realizará sua convenção anual em Florianópolis, com palestrantes do mundo todo, inclusive do Brasil, falando sobre dados de mercado e táticas de comunicação.
Oportunidades não faltam, sejam lá ou aqui. Os empresários precisam acordar para isso, preparar-se muito e ousar mais ainda. Fica a dica.

Legenda: Versão Drag Queen de campanha de veículo realizada na Espanha
Crédito: Divulgação

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Há do que se orgulhar?


A Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Trânsgêneros) de São Paulo chegou à sua 15ª edição. Muitos relacionam sua realização às conquistas de espaço da comunidade gay na atual sociedade brasileira. De fato, a visibilidade tem ajudado a colocar temas relacionados em discussão.

Na semana que precedeu ao evento, no entanto, um fato apontou o quanto ainda são frágeis as conquistas dos GLBTs. Um juiz de Goiânia decidiu anular a união civil de um casal gay, um direito assegurado no mês passado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Atitude homofóbica? Retrocesso moralista? O juiz Jeronymo Pedro Villas Boas, da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal, não só determinou o cancelamento da “Escritura Pública de Declaração de União Estável” do casal Léo Mendes e Odílio Torres como recomendou que “todos os cartórios de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de Goiânia e do Registro Civil abstenham-se de proceder a qualquer escrituração de declaração de união estável entre pessoas do mesmo sexo”. Ninguém propôs a ação. Foi iniciativa do próprio juiz. Ele alega que a Constituição Federal só reconhece como família a união entre homem e mulher.

Léo Mendes é presidente da Articulação Brasileira de Gays e iria recorrer. A OAB Ordem dos Advogados do Brasil) em Goiânia também entraria com representação para derrubar a medida pois o juiz não pode interferir em decisão de instância superior.

Acontece que o reconhecimento da união estável para casais de mesmo sexo pelo STF pode ser derrubado pelo Congresso Nacional. É o que pede, por exemplo, o Projeto de Decreto Legislativo 224/11 de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), apresentado pela Frente Parlamentar Evangélica.

O tema da 15ª Parada do Orgulho GLBT foi “Amai-vos uns aos outros: Basta de Homofobia! – 10 anos da lei 10.948/01 e Rumo ao PLC 122/06”. Muito ainda há que se fazer. A lei 10.948/01 é uma lei paulista que pune a discriminação e o PLC 122/06 é o polêmico projeto que criminaliza a homofobia no Brasil. Recentemente a senadora Marta Suplicy (PT-SP), atual relatora do projeto participou de debates para alterações no texto que tramita no Senado Federal. A lei não se aplicará a templos religiosos, pregações ou quaisquer outros itens ligados a fé, desde que não incitem a violência.

Em Carta Aberta, a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) aponta que mais de 260 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram assassinados no Brasil em crimes de ódio no ano passado. E diz: “Incluir e amparar indiscriminadamente todas as pessoas não seria o princípio básico da religião? Respeitosamente, nos apropriamos da frase “Amai-vos uns aos outros” para pedir fim à guerra travada entre religião e direitos humanos.”