domingo, 30 de outubro de 2011

Manifestações


Uma espécie de manifesto de homens que transam com outros homens circula pela internet permitindo conhecer melhor como a sexualidade vai encontrando suas diversas maneiras de se manifestar.

O tal manifesto traz algumas coisas que o sujeito “não precisa fazer” e outras que ele “pode fazer”. Não precisa falar manhoso, por exemplo, requebrar feito mulher, expor sua opção sexual, perguntar qual o tamanho do pênis do outro no MSN. Também não precisa achar que o mundo é gay ou nem achar que o mundo é hetero, entre outras coisas.

Mas pode manter a voz de homem. Manter seu jeito de homem. Manter suas amizades sem precisar expor sua vida sexual. E mais: manter sua família sem ela saber o que ele faz na cama. Jogar futebol. Não ser tão educadinho quanto pedem que seja. Não ter preconceito com os afetados de pai e mãe.

O documento deixa preconceitos explícitos, mas também expõe uma forma de viver a sexualidade que tenta escapar dos rótulos. Nele, os afeminados são crucificados. Eles que são vítimas de preconceito dos próprios homossexuais.

No entanto, o manifesto remete também à denominação “Homens que fazem sexo com homens” (HSH), que é usada na literatura médica e na pesquisa social para descrever esses homens como um grupo, sem considerar questões de auto-identidade sexual. O termo foi criado na década de 1990 por epidemiologistas. No Brasil, também passou a ser usado pelo Ministério da Saúde em campanhas de prevenção a Aids e doenças sexualmente transmissíveis.

A expressão HSH se refere aos homens que se dedicam a uma atividade sexual com outros homens, independentemente da forma como eles identificam a si mesmos. Realmente, muitos optam por não aceitar identidades sociais de homossexuais ou bissexuais.

Entre as mulheres, a experiência não é diferente, mas a denominação “Mulheres que fazem sexo com mulheres” é ainda mais rara de se ver ou ouvir. A sexualidade feminina se traveste da invisibilidade. A ponto de mistificarmos a crença de que lésbicas, bissexuais e MSM não estão vulneráveis às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) ou ao HIV.

No entanto, estudos apontam que homens e mulheres transitam entre experiências homo e heterossexuais ao longo da vida. Principalmente na atualidade. E nesse transitar em algum momento se fixam (ou não) as diversas manifestações da sexualidade.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Wanessa: diva LGBT?


Não é de hoje que Wanessa (Camargo) tem direcionado seu trabalho ao público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). Seja pela real identificação que tem com o público ou pela persistência, o fato é que a cantora parece se consolidar na cena gay como diva brasileira.

Seus trabalhos têm se amadurecido e vêm demonstrando ótima qualidade. Atualmente ela divulga o álbum “DNA” e o single “Sticky Dough”. Há quem a critique de copiar um modelo estrangeiro de cantar e dançar. Acusam de oportunismo a aproximação com os gays. No entanto, ela vem aumentando o número de admiradores. Tem feito shows em boates gays por todo o país. Em agosto, esteve em São José do Rio Preto.

Mas não é só isso, também é uma celebridade que tem se engajado na luta pelo fim da intolerância e é defensora dos direitos dos homossexuais. Já disse que tem comportamento e mente gays pois “gay é alguém que luta todos os dias contra a intolerância e que entende que o mundo é feito de diferenças” e ela se vê também assim.

Melhor ainda, afirma que tem muito respeito pelos gays e que foram eles que a ajudaram a se “liberar” no palco, a criar seu estilo e atingir uma performance “natural, sem pudor”. Vale à pena conferir o clipe de “Sticky Dough” ou mesmo de “Worth it”, anterior e alvo de sátira por ter coreografia que para muitos se assemelha a de “Bad Romance”, de Lady Gaga. Tirem suas próprias conclusões.

Parada em Rio Preto
A realização da 11ª Parada Gay de Rio Preto segue indefinida. O Grupo Gada (Grupo de Amparo ao Doente de Aids e Hepatites Virais), responsável pelas dez edições anteriores, decidiu cancelar a versão 2011 em razão de atraso em repasse de verba do governo estadual, segundo o jornal Bom Dia.

No entanto, grupo liderado pela travesti Abigail Rosseline promete que irá realizar o evento no dia 30 deste mês. O lema definido é “Diga sim à diversidade e não à homofobia” e pretende reunir vozes contra o preconceito de raça, cor, religião e opção sexual. No ano passado, a Parada Gay de Rio Preto atraiu público de 40 mil pessoas e era considerada uma das melhores do estado de São Paulo.

Violência em SP
Infelizmente, na semana passada houve mais um caso de agressão por homofobia na cidade de São Paulo, com repercussão nacional. Realmente os homossexuais não precisam de leis específicas que os ajudem a se proteger? #ficaareflexão