quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Assumindo antes dos 15

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou pesquisa realizada em São Paulo durante a última Parada LGBT apontando que um em cada três gays assume sua sexualidade diferente da hetero antes dos 15 anos de idade.
A pesquisa ouviu 211 pessoas que participaram do evento. Do total, 31,3% disseram ter assumido entre 10 e 14 anos. A maioria assume entre 15 e 19 anos: 62,8%; apenas 5,9% após os 20 anos.
Os gays têm mais facilidade de falar sobre sua sexualidade para a mãe do que para o pai. Dos entrevistados, 71,1% tinham assumido para a mãe.
O estudo também investigou comportamentos de risco e hábitos de prevenção a doenças. Entre as pessoas do sexo masculino, 42% responderam que haviam se relacionado sexualmente com mais de 10 parceiros, e 19,4%, com cinco a nove parceiros. Já entre as mulheres, 35% informaram terem tido relacionamento com mais de 10 parceiros e 30%, com cinco a nove parceiros. Elas vão mais preventivamente ao médico: 61,6%, contra 52,2% deles.
Metade das pessoas ouvidas relatou ser vítima de preconceito, discriminação ou falta de respeito nos serviços de saúde, e 9,95% alegaram falta de atenção, descaso ou desinteresse no atendimento.
A pesquisa confirma tendência na sociedade atual do despertar das pessoas para a sexualidade em idade cada vez mais jovem. Também sugere fragilidade no preparo de profissionais da saúde no atendimento dessas pessoas. Mudanças urgentes são necessárias para evitar problemas de saúde.
A própria secretaria que divulgou o estudo afirma estar desenvolvendo programa específico para atendimento de adolescentes LGBT em todo o estado. Em novembro realizou a capacitação de 800 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e dentistas dos serviços de saúde voltados a jovens.
O objetivo é preparar a rede para abordar o adolescente de forma que ele não se sinta discriminado, para que fique à vontade para falar sobre sua conduta sexual ou afetiva, deixando de lado medos e vulnerabilidades que possam levá-lo a comportamentos de riscos à saúde, como o sexo sem preservativo ou abuso de drogas e álcool, por exemplo.
Por causa desse programa, a Opas (Organização Panamericana de Saúde) convidou a secretaria para colaborar na elaboração de diretrizes que irão nortear o atendimento em saúde de adolescentes e jovens em toda a América Latina. Abalou!