segunda-feira, 29 de junho de 2009

Questões de saúde


Quero compartilhar um conteúdo que encontrei na Internet, mais precisamente no site Mix Brasil, que aborda alguns problemas de saúde comuns aos homens, mas que os gays acabam ficando mais vulneráveis. Seja pelo sexo, noite, drogas, depressão ou outros fatores. Apesar do material estar dirigido ao sexo masculino, penso que se encaixa na maioria dos casos ao feminino também.
O primeiro deles é o HIV/AIDS. Nos últimos anos, observa-se o retorno de práticas inseguras de sexo, como o barebacking. Mas também em casos bem mais corriqueiros, como o sexo oral sem proteção, por exemplo. É válido lembrar que o coquetel não cura e nem podemos ter a ilusão de que é confortável.
As Drogas são outro problema. Pesquisas indicam que gays usam mais drogas que a maioria da população. As principais são maconha, ecstasy e anfetaminas, sem contar as lícitas, como álcool e tabaco. Não existem estudos que mostrem os efeitos a longo prazo de muitas dessas substâncias.
A Depressão e a Ansiedade parecem afetar gays em uma taxa mais elevada do que na população geral. Talvez pela opressão da sociedade, os problemas na família e, muitas vezes, a necessidade de se esconder.
A Hepatite, transmitida pela via sexual, causa sérios danos ao fígado e pode evoluir para uma cirrose ou câncer. Mais uma vez, sexo seguro é importante, e para evitar a hepatite também o sexo oral deve ser protegido.
Quanto mais alguém fizer sexo com um número maior de parceiros, maiores serão as chances de contrair uma Doença Sexualmente Transmissível (DST). Gonorréia, sífilis, chato, hpv ... Neste caso, ao contrair uma dessas doenças, também é comum o indivíduo não procurar ajuda médica por ter vergonha em assumir que fez sexo com outro homem. A saída costuma ser a auto-medicação, que pode ter conseqüências ainda mais sérias.
Existe uma lenda de que gays têm menos chances de desenvolver Câncer de Próstata ou nos Testículos por "usarem" bastante. Isso afasta gays do consultório para a realização do exame recomendável a partir dos 35 anos.
Por fim, o Câncer Anal: o vírus HPV, transmitido pelo pênis, também pode infectar o ânus em homens. Alguns profissionais de saúde recomendam exames para gays com a mesma periodicidade que nas mulheres: todo ano.
Se cuida, gente!!!

Parada Explosiva

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo chegou a sua décima terceira edição com questões bombásticas. Segundo a Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT), entidade organizadora, reuniu este ano 3,1 milhões de pessoas. O número é ligeiramente menor do que o registrado em 2008, quando 3,4 milhões teriam participado.
A variação é normal a qualquer evento ou indica o início de esvaziamento? Não é de hoje que as paradas são criticadas por pessoas da própria comunidade gay e têm seus propósitos questionados. Nos últimos anos, principalmente a de São Paulo atrai muitos indivíduos (heteros) atrás apenas de “folia”. A realização é válida para dar visibilidade aos homossexuais, comprovando sua existência. Também serve como forma de pressionar por direitos.
Outra questão foram os casos de violência registrados. Para os organizadores, os fatos deixam clara a necessidade da aprovação de leis que coibam gangues e atitudes homofóbicas. Os fatos ganham destaque no dia da Parada, mas acontecem todo dia.
A explosão de uma bomba caseira no Largo do Arouche feriu mais de 20 pessoas na Avenida Vieira de Carvalho. Foi o primeiro episódio do gênero nos 13 anos de Parada em São Paulo. O local é um point gay tradicional da capital paulista.
O preconceito é uma das motivações investigadas pela polícia. No entanto, nenhuma das pessoas feridas quis ser registrada na delegacia como vítima da explosão. As investigações e as punições são prejudicadas pelo anonimato.
E o caso de espancamento teve o pior desfecho. Morreu no último dia 17 Marcelo Campos Barros, de 35 anos, que sofreu traumatismo craniano em agressão ocorrida na rua Araújo, na República, onde terminou a Parada. O rapaz estava internado na Santa Casa desde o dia da agressão. Ele chegou a passar por uma cirurgia e estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) desde a operação. Informação relevante: além de homossexual, era negro.
Serão estes ataques indicativos de uma intolerância represada prestes a explodir? Estaria nossa sociedade até disposta a falar a respeito de homossexualidade, mas não de vê-la se expressar de determinadas maneiras?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Virgindade


Os Jonas Brothers, banda americana que é a maior sensação teen do momento, acabaram ressuscitando um assunto que já foi bastante polêmico e andava criando teia de aranha: a virgindade. É que eles protagonizam um discurso de celibato. Os jovens evangélicos prometem fazer sexo apenas depois do casamento.
Paira uma desconfiança, já que os irmãos são popstars tão próximos da luxúria que a fama proporciona. Ao lado, estão as fãs ávidas por um beijo, um abraço ou qualquer tipo de contato com seus ídolos. Jogada de marketing? É a primeira pergunta que surge. Mas não acredito em algo tão óbvio e simples assim. O discurso brota de outras fontes. Não se limita aos anéis de pureza dos Jonas Brothers, passa por várias outras mãos.
Entendo a sociedade de maneira cíclica. Após um período de maior permissividade, ela volta para uma fase mais proibitiva. Se hoje não fazer sexo soa como “estar por fora”, amanhã a virgindade volta a ser valorizada.
Os atuais adolescentes têm pais que vêm de uma geração mais tolerante e menos moralista e, assim, a bandeira da virgindade não deixa de ser um protesto. Muitos jovens têm hoje um discurso mais fechado e conservador do que os próprios pais.
Ainda sobre o anel de pureza, fatos curiosos: ele surgiu nos Estados Unidos, no início da década de 90, no programa educacional True Love Waits (O verdadeiro amor espera), que prega a abstinência sexual até o casamento. Antes do anel, já existiam uma pulseira de plástico, que logo depois foi substituída por um pingente de prata e, finalmente, pelo anel, que ganhou popularidade por poder ser usado por meninas e meninos.
O anel não tem nada de diferente que o identifique. Geralmente apenas uma inscrição (em português ou inglês) que faz alusão à dita pureza, como, por exemplo, "One Life - One Love" (Uma Vida - Um Amor). O valor varia bastante, mas o preço médio é de R$ 50. Tá meu bem.
Enquanto isso, o Brasil aparece liderando o ranking dos países em que a população perde a virgindade mais cedo. Em média com 17,4 anos. O país fica atrás apenas da Áustria, onde a primeira relação sexual acontece com aproximadamente 17,3 anos. Os resultados fazem parte do estudo "A Face Global do Sexo - Primeira relação sexual: uma oportunidade para toda a vida", realizado pela Durex, fabricante européia de preservativos. A pesquisa foi realizada com 26 mil entrevistados, em 26 países. Me erra! Me deixa!

Retrocesso ou amadurecimento?


Mês do Orgulho Gay e surge uma possível saída para a aprovação do Projeto de Lei Complementar que criminaliza a homofobia no Brasil, o 122/2006. A senadora Fátima Cleide, relatora do projeto, pretende apresentar modificações em alguns pontos que atravancam o apoio de parlamentares à ideia.
As alterações se darão em pontos considerados polêmicos, como a proibição da manifestação de líderes religiosos. O projeto atual pune manifestações de pastores e padres. A proposta é excluir esse tema.
O PLC 122/06 tramitou cinco anos na Câmara Federal até ser aprovado, seguindo para a análise do Senado. No total, já são oito anos de discussão no Congresso sem nenhuma decisão efetiva. Caso a senadora leve a ideia para frente, o novo texto precisa ser novamente analisado pelas comissões da Câmara e aprovado em plenário.
Parcela da comunidade gay não está considerando o fato um retrocesso. A iniciativa também tem sido vista como um amadurecimento, afinal, os próprios parlamentares que hoje votariam contra já se posicionaram a favor de um texto que não proíba as manifestações religiosas. É como se finalmente tivessem encontrado um caminho do meio entre a religião e os direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros).
Enquanto isso, campanha de apoio ao projeto tem baixa adesão. O grupo carioca Arco-Íris lançou a campanha Não Homofobia! para coletar 1 milhão de assinaturas, durante um ano. A Parada Gay do Rio foi realizada em 12 de outubro do ano passado e deu início ao movimento. Passados sete meses, porém, apenas 42 mil assinaturas foram registradas no site da campanha (http://www.naohomofobia.com.br/).
A meta de assinaturas apenas seria alcançada caso 2,7 mil pessoas acessassem o site por dia. De outubro para cá, a campanha virtual ganhou a adesão média diária de 185 assinaturas. Para reverter esse quadro, o site precisa receber 7,2 mil assinaturas diariamente até 11 de outubro, quando será realizada a 14ª parada carioca.
Há quem não considere o resultado negativo. A campanha tem sua importância porque dá visibilidade ao tema. O Congresso, de algum modo, vê que existe mobilização. O discurso político da parada paulistana, no próximo dia 14, será mais uma vez pela aprovação do projeto. Quem sabe ajuda... Acorda né gente?!

O cinema está bombando

Além do polêmico “Do Começo Ao Fim”, com Julia Lemmertz e Fábio Assunção no elenco, filme que já foi comentado nesta coluna, outras produções nacionais abordam temáticas gays. O assunto parece ter ganhado de vez a simpatia dos cineastas. Recentemente, Carolina Ferraz teria se disfarçado de travesti e circulado pela noite de São Paulo em laboratório para uma personagem.
Murilo Rosa e Ana Paula Arósio também estão entre os globais que vão encarnar homossexuais na telona. Ele em seu primeiro personagem gay. Ela vivendo uma professora universitária lésbica. Os dois estarão em “Como Esquecer”, da cineasta Malu de Martino, que contará histórias de pessoas comuns que enfrentam os mesmos desafios para superar dores do passado. Trata-se de adaptação do livro “Como Esquecer: Anotações Quase Inglesas”, de Myriam Campello, e deve estrear no primeiro semestre do próximo ano.
Para continuar no assunto cinema: no último dia 24 de maio, o filme chinês “Spring fever” recebeu o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes. Dirigido por Lou Ye, o longa foi rodado clandestinamente na cidade de Nanjing, pois a homossexualidade é assunto proibido na China.
“Spring fever” é um retrato das dificuldades ainda enfrentadas por homossexuais do país. A história gira em torno de um homem flagrado com o amante por um detetive contratado por sua mulher. Depois do divórcio, o tal detetive acaba se apaixonando pelo homem a quem seguiu e é aí que um atribulado triângulo amoroso começa a tomar forma e caminhar em direção a um final trágico.
O filme é considerado uma resposta ao banimento de 5 anos imposto pela Administração de Rádio, Filme e Televisão da China ao cineasta Lou Ye. O castigo veio depois que Lou Ye exibiu no Festival de Cannes de 2006 o filme "Summer Palace", também de temática gay, sem autorização do governo.
E para finalizar: o filme “De repente, Califórnia”, do escritor e diretor Jonah Markowitz, estreou em quatro capitais brasileiras neste mês: dia 5 em São Paulo e hoje (19) em Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Ele foi eleito o melhor filme do Festival Mix Brasil 2007 pelo público e recebeu o Prêmio Especial para Diretor Estreante no Festival Internacional de Cinema Gay e Lésbico da Filadélfia. A iniciativa é do selo de distribuição de Suzy Capó, umas das organizadoras e curadoras do festival Mix Brasil. O nome da nova distribuidora focado no público GLS é Filmes do Mix. Ta meu bem?!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Palestra "A visibilidade da comunidade gay nos espaços midiáticos"

No próximo sábado, dia 06, a Oficina Cultural Regional Silvio Russo promove a palestra "A visibilidade da comunidade gay nos espaços midiáticos". O evento acontece a partir das 15h, na sede da entidade, junto à Secretaria Municipal de Cultura (Rua Anita Garibaldi, 75, Centro de Araçatuba-SP). Terei a honra de ser o palestrante e me sentirei mais honrado ainda de ter a sua presença para um bate-papo sobre o assunto. Até lá!

PS: O evento é gratuito! Alôca.