A proposta do blog é ser fonte de informação e discussão de temas da comunidade gay. A ideia não é ficar falando apenas para o público gay, mas colocar todo mundo para pensar junto. Afinal, somos G, L, B, T, S e tantos mais. O próprio nome do blog quer provocar um estranhamento: a sigla que se refere à comunidade gay cada hora aparece agregando um novo rótulo. Pra quê?
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Argentina e casamento
A lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina proporcionou um momento importante de reflexão sobre o tema, principalmente sob a ótica das pessoas da região de Araçatuba, interior de São Paulo. Foi possível verificar algumas raras manifestações e tomadas de posicionamento.
Enquete realizada pelo jornal Folha da Região conseguiu número considerável de participantes: 272. Mostrou que 62,50% não concordam com o casamento gay contra 37,50% que concordam. Vale lembrar que o resultado não segue critérios de pesquisa científica, tendo intuito apenas de estimular o debate. No entanto, dá uma noção de nosso panorama.
O noticiário gerou a manifestação de leitores. Duas delas espontâneas e contrárias ao casamento. A primeira recorrendo ao argumento da perpetuação da espécie e a segunda ao próprio Deus. Uma terceira manifestação foi de indignação ao preconceito do autor da primeira opinião, que defendeu pena de morte para gays.
Com isso, temos o mapa do que nossa gente pensa a respeito do assunto. Claro que bastante incompleto, quero acreditar. Mas são os dados que temos. São as opiniões das pessoas que decidiram se manifestar.
Enquanto isso, o primeiro país a autorizar o casamento gay na América Latina já recebeu inúmeras consultas de estrangeiros que querem se casar no país. São casais do mesmo sexo do Paraguai, da Bolívia, Itália, Inglaterra e também do Brasil. Parece que não há problema para a realização destes casamentos na Argentina, já que a Constituição não impede casamento de estrangeiros.
Muitas dessas pessoas são idosos que querem evitar que companheiros, às vezes da vida inteira, não fiquem sem nada quando eles morrerem.
A lei, aprovada pelo Senado argentino dia 15 de julho e sancionada pela presidente Cristina Kirchner no último dia 20, entrou em vigor dia 30.
Nada melhor do que finalizar este texto com a frase da presidente Argentina ao sancionar a lei: “Hoje somos uma sociedade mais igualitária que na semana passada. Estas questões têm a ver com a condição humana, com a aspiração à igualdade. São coisas que não devem nos dividir, mas, sim, nos unir”.
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