domingo, 20 de novembro de 2011

Relação aberta


Pense em um relacionamento no qual não há o compromisso de se ter apenas uma pessoa. Que também não haja a necessidade de se rotular como homossexual, heterossexual ou mesmo bissexual. Você já deve ter ouvido falar, mesmo que superficialmente, na “relação aberta”. Há quem defenda que se pode ser feliz, outros falam em dificuldade de envolvimento dos parceiros.

Esse tipo de relacionamento já foi tema de filme (o espanhol “Dieta Mediterrânea”), de quadrinhos que se tornaram minissérie (“Aline”, de Adão Iturrusgarai) e até figurou na novela das oito em rede nacional (o italiano Berilo e suas duas esposas e dona Brígida com o motorista e o jardineiro em “Passione”, da Rede Globo). Isso apenas para citar alguns casos mais recentes. E há um homem com duas mulheres, mas também uma mulher com dois homens, para ninguém reclamar.

Sartre e Simone de Beauvoir são a mais conhecida referência neste tema. A relação dos dois teve início em 1929 e só terminou com a morte do filósofo em 1980. “Entre nós, trata-se de um amor necessário. Convém que conheçamos também amores contingentes”, disse Sartre no começo do relacionamento entre os dois.

Mesmo assim, pode-se falar hoje em mudança de mentalidade. Fala-se em espaço para novas experiências e até mesmo em “relacionamentos personalizados”, de acordo com as necessidades de cada um. Monogamia e poligamia são temas polêmicos, com fortes argumentos “pró” e “contra”, e tem gente bem adaptada a uma ou outra situação.

Relacionamento aberto é uma relação afetiva estável em que os envolvidos concordam que relações extraconjugais não são consideradas traição ou infidelidade. É defendido como uma alternativa ao modelo monogâmico tradicional. Uma alternativa que se diz preocupada em não tolher o desejo no indivíduo e no casal.

O fato é que uniões nas quais os parceiros podem se relacionar com outros são viáveis. Tem gente que não abre mão da liberdade de estar com outras mulheres e homens, juntos ou não com o titular. Mas é necessário que existam regras bem claras para evitar o surgimento de conflitos. Uma relação aberta pode gerar ciúmes assim como uma relação tradicional. Pode também ser um indicativo de superficialidade. Por que não realizar muitas fantasias sexuais com o mesmo parceiro?

É importante ter um acordo. Tem casal que sai com quem quiser, mas desde que o outro saiba. Sempre com o consentimento. Outros, só incluem uma terceira pessoa se estiverem juntos. E ainda: as tais parcerias podem ser estáveis ou ocasionais. Apego, só entre o casal. Tudo depende do que for decidido entre as partes envolvidas.