Sexualidade é um assunto que pode gerar muita polêmica.
Aspecto extremamente pessoal de um indivíduo, pode-se dizer que é o traço mais
íntimo de alguém. Portanto, muitas vezes incompreendido e desrespeitado pelo
outro em sua expressão.
Agora imagine este tema aliado a outro assunto polêmico:
deficiência. Temos um terreno fértil para preconceitos.
É incrível o quanto não nos colocamos minimamente no
lugar das outras pessoas para conhecer suas capacidades e limitações. Por acaso
sabemos como alguém com deficiência visual acessa a internet? Toda pessoa com
deficiência auditiva aprende a ler? Não sabemos quase nada.
Principalmente no caso das pessoas com deficiência
intelectual, a tendência é enxergá-las como seres assexuados. Anjos. Mas é
claro que elas têm uma sexualidade, que em algum momento de suas vidas vai se
manifestar com menos ou mais intensidade. Muitos pais não conseguem encarar
esta realidade e isso pode gerar situações desagradáveis, como uma gravidez
indesejada ou um caso de abuso sexual. Por falta de informação, ausência de
diálogo.
São muitas as implicações, mas gostaria de abordar a
questão do direito dessas pessoas também poderem viver sua orientação sexual
além da heterossexualidade e da própria assexualidade. Sim, elas podem ser
lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Precisamos respeitar seus desejos.
Ser deficiente não é fácil, imagine entre os gays, muitas
vezes vulneráveis a este mundo que supervaloriza a aparência e a perfeição. Ser
gay é difícil, imagine entre as pessoas com deficiência, muitas vezes vivendo a
discriminação em dobro.
As pessoas com deficiência são exatamente iguais às
outras, assim como os gays são exatamente iguais às outras pessoas. Sonham,
sentem angústia, choram, riem.
Há um mundo de diferenças por aí e tanta coisa para
fazer. Assegurar informação para tanta gente. Garantir seus direitos. Integrar
e incluir. Por que todos temos nossas forças e fraquezas. São tantas variantes
que em algum momento de nossas vidas estaremos enquadrados como “diferentes”.
De fato, nenhum de nós é igual, mas fazemos questão de
apontar aquilo que de alguma forma nos é “estranho”. Não só apontar, mas
colocar de lado, excluir. É mais fácil do que procurar saber, compreender ou
respeitar. Somos incapazes muitas vezes até de tolerar. Nossa deficiência está
em não se preocupar com o outro até nós mesmos enfrentarmos as mesmas
dificuldades.