segunda-feira, 29 de junho de 2009

Parada Explosiva

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo chegou a sua décima terceira edição com questões bombásticas. Segundo a Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT), entidade organizadora, reuniu este ano 3,1 milhões de pessoas. O número é ligeiramente menor do que o registrado em 2008, quando 3,4 milhões teriam participado.
A variação é normal a qualquer evento ou indica o início de esvaziamento? Não é de hoje que as paradas são criticadas por pessoas da própria comunidade gay e têm seus propósitos questionados. Nos últimos anos, principalmente a de São Paulo atrai muitos indivíduos (heteros) atrás apenas de “folia”. A realização é válida para dar visibilidade aos homossexuais, comprovando sua existência. Também serve como forma de pressionar por direitos.
Outra questão foram os casos de violência registrados. Para os organizadores, os fatos deixam clara a necessidade da aprovação de leis que coibam gangues e atitudes homofóbicas. Os fatos ganham destaque no dia da Parada, mas acontecem todo dia.
A explosão de uma bomba caseira no Largo do Arouche feriu mais de 20 pessoas na Avenida Vieira de Carvalho. Foi o primeiro episódio do gênero nos 13 anos de Parada em São Paulo. O local é um point gay tradicional da capital paulista.
O preconceito é uma das motivações investigadas pela polícia. No entanto, nenhuma das pessoas feridas quis ser registrada na delegacia como vítima da explosão. As investigações e as punições são prejudicadas pelo anonimato.
E o caso de espancamento teve o pior desfecho. Morreu no último dia 17 Marcelo Campos Barros, de 35 anos, que sofreu traumatismo craniano em agressão ocorrida na rua Araújo, na República, onde terminou a Parada. O rapaz estava internado na Santa Casa desde o dia da agressão. Ele chegou a passar por uma cirurgia e estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) desde a operação. Informação relevante: além de homossexual, era negro.
Serão estes ataques indicativos de uma intolerância represada prestes a explodir? Estaria nossa sociedade até disposta a falar a respeito de homossexualidade, mas não de vê-la se expressar de determinadas maneiras?

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