segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

“Nasci Assim”


Lady Gaga lançou há uma semana seu novo single: “Born This Way” (Nasci Assim). A letra da música diz muito sobre autoestima. Fala sobre agradecer pelo seu jeito, amar quem você é e que Deus não comete erros. Também aproveita para dizer que não se deve nutrir culpas ou arrependimentos. E apela: “Não resista, seja simplesmente uma rainha”. Rico ou pobre; preto, branco, pardo ou albino; libanês ou oriental.

Pede para que você exalte sua verdade. Cita também que “um amor diferente não é pecado”. E vai além: não importa se você é gay, hetero ou bi, lésbica ou transexual. Se a vida trouxe dificuldades, te deixaram afastado ou assediado, ame-se hoje! Não há outro jeito, eu nasci assim, repete insistentemente.

É importante falarmos de autoestima principalmente entre os LGBT, acostumados a serem considerados por muitos, na melhor das hipóteses, como diferentes (no mau sentido) ou até mesmo aberrações. Não é fácil conviver com este peso geralmente desde muito cedo. Sua autoestima pode ficar em frangalhos.

A música também sugere outro assunto delicado. A questão da escolha ou opção sexual. Historicamente a homossexualidade foi definida como “preferência” para rebater a psiquiatria tradicional que a considerava perversão ou desvio. Militantes homossexuais passaram a falar em “orientação” sexual. Preferência sugere uma escolha e hoje se reconhece que a homossexualidade não é opção, mas uma orientação sexual normal e definida na infância e, conforme alguns estudos, até mesmo genética.

A sexualidade humana é um fenômeno complexo. Há homens que desejam outros homens e isso é uma constante em suas vidas. Há outros que são curiosos e experimentam um ou mais contatos ao longo de suas vidas. Outros ainda se sentem atraídos por homens e mulheres. Há aqueles cujo prazer é apenas admirar os corpos de outros homens sem contato algum. Enfim... E mulheres são exatamente iguais neste sentido.

Ser homossexual é uma questão que diz respeito ao próprio indivíduo e não aos outros. A partir do momento em que o sujeito se aceita, muitos de seus sofrimentos evaporam. O que pode permanecer é a dor da rejeição de outras pessoas, mas este já é um problema externo.

Se a homossexualidade fosse uma questão de escolha pessoal, os indivíduos dentro desta orientação poderiam ser considerados masoquistas. Ninguém opta por ser discriminado e tratado com desprezo. Por isso, “não há outro jeito, eu nasci assim”.

Um comentário:

Aninha disse...

Adorei, realmente todos tem que se gostar e respeitar do jeito que são!