
Manchete do jornal
Folha da Região (Araçatuba/SP) no dia 26 de junho (“Lazer gay injeta R$ 780 mil por ano na economia de Araçatuba e Birigui”) trouxe alguns números para enriquecer a discussão sobre o poder do chamado “Pink Money” (Dinheiro Cor de Rosa) na região.
Claro que os R$ 780 mil injetados por ano em duas casas noturnas é uma amostra do poder econômico de nossa comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), que gasta com tantas outras coisas além de lazer.
Vale ressaltar que as empresas despertam muito lentamente ainda para agradar a este público com pouca ousadia e muitas falhas de comunicação. No entanto, esta não é uma dificuldade só dos empresários regionais.
Matéria do Meio & Mensagem do dia 22 de junho (“O Pink Money vale menos que o Real?”) afirmou que o preconceito custa a recuar entre o empresariado brasileiro. E apontou a estimativa de que os LGBT têm renda anual de R$ 150 bilhões — 7,1% do PIB, indicador econômico que representa o conjunto de bens e serviços produzidos pela economia brasileira em 2010.
Para ilustrar a representatividade da comunidade, é importante também citar que a última edição da Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, no dia 26 de junho, reuniu cerca de 4 milhões de pessoas, segundo estimativas da organização.
Moralismo e questões religiosas têm sido apontados como motivo de as empresas brasileiras não valorizarem este público. Nações mais industrializadas tratam a questão com maior normalidade.
O jornalista André Fischer, diretor do Grupo Mix Brasil, que reúne site, revista, rádio e TV paga voltados para o público LGBT, acusa o mercado publicitário de careta e afirma que cabe às agências fazer o meio de campo com o anunciante.
As marcas que “saírem do armário” antes vão se dar bem. Surgem iniciativas para auxiliar o mercado. No próximo dia 23 de julho acontece em São Paulo o Expo Business LGBT Mercosul, que pretende esclarecer o que é ser uma empresa “gay-friendly”.
Em abril de 2012, a Associação Internacional de Turismo para Gays e Lésbicas (IGLTA) realizará sua convenção anual em Florianópolis, com palestrantes do mundo todo, inclusive do Brasil, falando sobre dados de mercado e táticas de comunicação.
Oportunidades não faltam, sejam lá ou aqui. Os empresários precisam acordar para isso, preparar-se muito e ousar mais ainda. Fica a dica.
Legenda: Versão Drag Queen de campanha de veículo realizada na Espanha
Crédito: Divulgação