A proposta do blog é ser fonte de informação e discussão de temas da comunidade gay. A ideia não é ficar falando apenas para o público gay, mas colocar todo mundo para pensar junto. Afinal, somos G, L, B, T, S e tantos mais. O próprio nome do blog quer provocar um estranhamento: a sigla que se refere à comunidade gay cada hora aparece agregando um novo rótulo. Pra quê?
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Ousadia de menos
Manchete do jornal Folha da Região (Araçatuba/SP) no dia 26 de junho (“Lazer gay injeta R$ 780 mil por ano na economia de Araçatuba e Birigui”) trouxe alguns números para enriquecer a discussão sobre o poder do chamado “Pink Money” (Dinheiro Cor de Rosa) na região.
Claro que os R$ 780 mil injetados por ano em duas casas noturnas é uma amostra do poder econômico de nossa comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), que gasta com tantas outras coisas além de lazer.
Vale ressaltar que as empresas despertam muito lentamente ainda para agradar a este público com pouca ousadia e muitas falhas de comunicação. No entanto, esta não é uma dificuldade só dos empresários regionais.
Matéria do Meio & Mensagem do dia 22 de junho (“O Pink Money vale menos que o Real?”) afirmou que o preconceito custa a recuar entre o empresariado brasileiro. E apontou a estimativa de que os LGBT têm renda anual de R$ 150 bilhões — 7,1% do PIB, indicador econômico que representa o conjunto de bens e serviços produzidos pela economia brasileira em 2010.
Para ilustrar a representatividade da comunidade, é importante também citar que a última edição da Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, no dia 26 de junho, reuniu cerca de 4 milhões de pessoas, segundo estimativas da organização.
Moralismo e questões religiosas têm sido apontados como motivo de as empresas brasileiras não valorizarem este público. Nações mais industrializadas tratam a questão com maior normalidade.
O jornalista André Fischer, diretor do Grupo Mix Brasil, que reúne site, revista, rádio e TV paga voltados para o público LGBT, acusa o mercado publicitário de careta e afirma que cabe às agências fazer o meio de campo com o anunciante.
As marcas que “saírem do armário” antes vão se dar bem. Surgem iniciativas para auxiliar o mercado. No próximo dia 23 de julho acontece em São Paulo o Expo Business LGBT Mercosul, que pretende esclarecer o que é ser uma empresa “gay-friendly”.
Em abril de 2012, a Associação Internacional de Turismo para Gays e Lésbicas (IGLTA) realizará sua convenção anual em Florianópolis, com palestrantes do mundo todo, inclusive do Brasil, falando sobre dados de mercado e táticas de comunicação.
Oportunidades não faltam, sejam lá ou aqui. Os empresários precisam acordar para isso, preparar-se muito e ousar mais ainda. Fica a dica.
Legenda: Versão Drag Queen de campanha de veículo realizada na Espanha
Crédito: Divulgação
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Olá, meu nome é Aline, sou hétero e a favor DA FELICIDADE GERAL, independente da opção sexual de cada um.
A respeito do assunto postado, penso que o erro dos empresários e das demais pessoas que têm uma opinião sobre o "pink money" valer menos ou valer mais é que, estão tratando os homossexuais como pessoas de "outro mundo" ou outra raça. As pessoas precisam entender que TODOS somos iguais perante a lei, e o dinheiro ou a opinião de homossexuais (ou não) têm exatamente o mesmo valor.Aceitar, ou não, o dinheiro de uma pessoa só porque ela é gay, é um total exemplo de PRECONCEITO. O Brasil precisa dar mais valor às pessoas que nos cercam, sejam gays, ou não, pobres ou ricas, brancos, negros, amarelos...
Está na hora do Brasileiro rever seus conceitos!
Lika, concordo com você: dinheiro ou opinão de homos ou não-homos têm o mesmo valor. Obrigado pela manifestação!
Postar um comentário