A proposta do blog é ser fonte de informação e discussão de temas da comunidade gay. A ideia não é ficar falando apenas para o público gay, mas colocar todo mundo para pensar junto. Afinal, somos G, L, B, T, S e tantos mais. O próprio nome do blog quer provocar um estranhamento: a sigla que se refere à comunidade gay cada hora aparece agregando um novo rótulo. Pra quê?
sábado, 27 de agosto de 2011
Sensata posição
O primeiro beijo hetero da TV brasileira em 1951 foi considerado escandaloso. A novela “Insensato Coração”, da Rede Globo, não emplacou o tão polêmico beijo gay. O mérito ficou para “Amor e Revolução”, do SBT, apesar de se tratar de um beijo entre mulheres, o que para muitos parece menos agressivo.
Nem por isso a novela deixou de ter seu mérito. Interessante que há pouco tempo apontávamos como conquista a presença de um ou dois personagens gays na televisão tratados com seriedade. Em “Insensato Coração”, criou-se um verdadeiro núcleo, com seis personagens espalhados pela trama. Entendo que isso demonstra a naturalidade com que a homossexualidade passa a ser encarada. Com todas as suas idiossincrasias.
Idioquê? Sim, as características comportamentais próprias de um indivíduo ou grupo. A maneira peculiar de ser, sentir e reagir. A novela conseguiu mostrar muito do universo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), com suas alegrias e tristezas.
A diversidade deste universo foi representada por Rony Fragonard (Leonardo Miggiorin), Eduardo Aboim (Rodrigo Andrade), Hugo Abrantes (Marcos Damigo), Xicão Madureira (Wendell Bandelack), Araci (Cristiana Oliveira) e Gilvan (Miguel Roncato).
Foram mostrados alguns comportamentos e gírias específicos, o cotidiano do gay assumido, a saída do armário, a reação dos pais diante da realidade de seus filhos LGBTs (progressistas ou preconceituosos) , o gay afeminado e o não-afeminado, o pink money, a marginalidade, o preconceito, os ataques homofóbicos e a união homoafetiva.
O maior mérito foi colocar os personagens gays no centro do enredo e não deixá-los à margem em histórias secundárias. Conseguiu criar algo mais próximo da realidade.
Mesmo sob acusações de censura ao esfriar e cortar cenas do casal Hugo e Edu, “Insensato Coração” teve a sensata posição da naturalidade. Foi bafo, bee!
Legenda: Casal Hugo e Eduardo da novela "Insensato Coração"
No próxima quarta-feira, dia 31 de agosto, a “Coluna G, L e o quê?!” completa três anos. Neste período, muitas coisas mudaram. O mundo se transforma vertiginosamente. Percebo que a visibilidade conquistada pouco a pouco pelos LGBTs possibilita o entendimento e a tolerância de muitos, mas provoca a agressividade e a incompreensão de alguns outros. Que a convivência realmente passe a ser valorizada...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Paulo Mantelho, parabéns pelo seu blog, tenho certeza esta mensagem que é passada através deste blog contribiu e muito para o entendimento, reflexão e compreensão dos leitores e seguidores. Nós Gays, não precisamos que ninguém nos aceite, e sim respeite nossa opinião, que aliás não fomos nós que escolhemos, pois nascemos assim. O que vamos fazer se não sentimos atração sexual pelo sexo oposto? Se não vamos ser capazes de amar o sexo oposto e não conseguir corresponder o amor que a pessoa do sexo oposto possa ter por nós, para que casar, ter filhos e construir uma família sem ter sentimento (casal), sem atração sexual. Termino este comentário dizendo o seguinte: "Nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo", e você Paulo Mantello, contribui para uma reflexão e para outros uma mudança no seu dia-a-dia, Obrigado e um forte abraço.
Maurício, manifestações como as suas renovam minhas forças para continuar escrevendo a respeito e provocando o pensar,a reflexão e buscando orespeito de todos para com todos. enfim, a mudança! Valeu!
Postar um comentário