“Woof” é a saudação
usada pelos chamados ursos: homens gays ou bissexuais com barba ou cavanhaque, peludos e corpulentos.
Sim, a referência ao animal não é à toa.
O urso é grande e poderoso.
Mais um rótulo entre os
rótulos, se por um lado este grupo emergente entre os LGBTs (Lésbicas, Gays,
Bissexuais e Transgêneros) liberta seus integrantes da ditadura dos corpos
magros e definidos, por outro reforça preconceito contra os afeminados.
É que os ursos “surgiram” na década de 1980 em São
Francisco a partir da vivência de gays
que não se identificavam com o estereótipo “twink” (jovem e sem pelos). De
subgrupos como o de motociclistas, de adeptos do couro, de comunidades de
obesos, e, por outro lado, de trabalhadores rurais, os lenhadores do imaginário
homossexual.
Eles se espalharam pelo mundo através de clubes,
espécie de redes sociais e sexuais que incluiam coroas e gordinhos. Ou seja,
quebraram o preconceito contra pessoas de idade mais avançada e com quilos a
mais.
No entanto, alguns ursos
dão tanta importância para a aparência forte e masculina que desdenham de
homens menos másculos.
Os
ursos seguem códigos e identidade bastante específicos. Tatuagens e piercing
são comuns nos grupos ursinos. Suas características físicas e preferências,
definem alguns “tipos”: Polar Bear é o
urso mais velho que tem cabelo e pelo corporal branco ou grisalho; Muscle Bear,
o musculoso; Big Bear, um urso forte e alto; Black Bear, de pele negra; o jovem
é chamado de Filhote ou Cub. Há também o Chaser ou Admirador, aquele que não é urso, mas se sente atraído por eles. E ainda o
Pocket Bear, urso de pequena estatura; e
o Hirsute, com quantidade exagerada de pelo corporal. Os encontros de ursos são
chamados de Bearcontro e o local é a Cave ou Den (carverna/gruta).
O ideal urso chegou ao Brasil
no final da década de 1990. Só em São Paulo, hoje existem quatro grandes
baladas dedicadas aos ursos. Além de inúmeros produtos e serviços exclusivos em
todo o País.
Em termos musicais, geralmente
são ecléticos, deixando um pouco de lado o famoso bate-estaca. Também não se
preocupam tanto com roupas de marca. É claro que nada disso é regra. Apenas
demonstra e comprova a diversidade.
Em uma sociedade cada vez mais
anabolizada ou obesa, os ursos ganham adeptos e não se encontram tão segregados
quanto no início. Woof! Espera-se que eles não segreguem também.
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