A cada
dia vemos brotar na sociedade discussões que há bem pouco tempo nem se
imaginava. Isso é bom!Comprova que as pessoas estão se permitindo mais.
Procuro
sempre reforçar a ideia de tolerância e nada melhor do que se por no lugar do
outro, ou pelo menos tentar, para colocá-la em prática. O exercício não é
fácil, mas vale a pena. Em algum momento de nossas vidas, com certeza seremos
de alguma maneira alvo da intolerância se não conseguirmos erradicá-la.
Um fato
curioso ocorrido no Acre provoca uma reflexão interessante. O governo daquele
estado pensou em criar banheiros exclusivos para gays durante uma feira
agropecuária. Iniciativa louvável? Os organizadores do evento pensaram que sim.
Afinal, resolveriam no mínimo dois problemas: tirariam homossexuais do banheiro
masculino e travestis/transexuais do feminino. Simples assim.
Nem
tanto. A Ahac (Associação de Homossexuais do Acre) manifestou-se contra.
Entendeu que a criação de banheiros para gays seria uma forma de excluí-los em
um gueto. Homofobia internalizada? Ridicularização da diversidade? Para a
associação, a medida só serviria para estigmatizar. Transexuais e travestis se
entendem como mulheres e têm o direito de usar o banheiro feminino. Heteros e
homos podem frequentar o mesmo espaço. Sem falar na situação inusitada de se
identificar quem é quem.
Fico
pensando se daqui a alguns anos, veremos estas discussões com espanto por estarem
bem resolvidas. Principalmente, em razão das mudanças rápidas pelas quais
passamos com a evolução tecnológica. Ou continuaremos engatinhando nas questões
comportamentais? Creio que não.
Acredito
que a informação, tão acessível hoje em dia, vá promovendo mudanças.
Interessante que a situação descrita aconteceu no Acre. Em todos os cantos, os
mais variados temas ganham espaço.
Vem do
Pará outro fato que gostaria de destacar hoje. O governo lançou campanha este
mês pela inclusão do “nome social” de estudantes travestis e transexuais nas
escolas públicas estaduais.
A
restrição do uso do nome social para transgêneros nas escolas é apontada como o
principal motivo da evasão escolar. Estudos da Unesco apontam que 90% dos
jovens nesta condição não enxergam a escola como espaço no qual eles possam
conviver.
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