sábado, 28 de julho de 2012

Banheiro para gays


A cada dia vemos brotar na sociedade discussões que há bem pouco tempo nem se imaginava. Isso é bom!Comprova que as pessoas estão se permitindo mais.

Procuro sempre reforçar a ideia de tolerância e nada melhor do que se por no lugar do outro, ou pelo menos tentar, para colocá-la em prática. O exercício não é fácil, mas vale a pena. Em algum momento de nossas vidas, com certeza seremos de alguma maneira alvo da intolerância se não conseguirmos erradicá-la.

Um fato curioso ocorrido no Acre provoca uma reflexão interessante. O governo daquele estado pensou em criar banheiros exclusivos para gays durante uma feira agropecuária. Iniciativa louvável? Os organizadores do evento pensaram que sim. Afinal, resolveriam no mínimo dois problemas: tirariam homossexuais do banheiro masculino e travestis/transexuais do feminino. Simples assim.

Nem tanto. A Ahac (Associação de Homossexuais do Acre) manifestou-se contra. Entendeu que a criação de banheiros para gays seria uma forma de excluí-los em um gueto. Homofobia internalizada? Ridicularização da diversidade? Para a associação, a medida só serviria para estigmatizar. Transexuais e travestis se entendem como mulheres e têm o direito de usar o banheiro feminino. Heteros e homos podem frequentar o mesmo espaço. Sem falar na situação inusitada de se identificar quem é quem.             

Fico pensando se daqui a alguns anos, veremos estas discussões com espanto por estarem bem resolvidas. Principalmente, em razão das mudanças rápidas pelas quais passamos com a evolução tecnológica. Ou continuaremos engatinhando nas questões comportamentais? Creio que não.

Acredito que a informação, tão acessível hoje em dia, vá promovendo mudanças. Interessante que a situação descrita aconteceu no Acre. Em todos os cantos, os mais variados temas ganham espaço.

Vem do Pará outro fato que gostaria de destacar hoje. O governo lançou campanha este mês pela inclusão do “nome social” de estudantes travestis e transexuais nas escolas públicas estaduais.

A restrição do uso do nome social para transgêneros nas escolas é apontada como o principal motivo da evasão escolar. Estudos da Unesco apontam que 90% dos jovens nesta condição não enxergam a escola como espaço no qual eles possam conviver.

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