O caso aconteceu recentemente com um estudante de 16 anos. Cinco rapazes agrediram o adolescente no bairro Dona Amélia
por ele ser homossexual.
O que leva alguém a usar de violência contra outra pessoa? Segundo dados
da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, foram
registradas 1.259 denúncias de violência contra gays em 2011. Isso dá uma média
de 3,4 casos por dia. O estado de São Paulo liderou a lista com 210 queixas, seguido
por Piauí, com 113, Bahia e Minas Gerais, 105 cada, e Rio de Janeiro, 96. A maioria dos
agressores (61,9%) é conhecida da vítima. Do total de vítimas, 34% são do
gênero masculino, 34,5% do gênero feminino, 10,6% travestis, 2,1% de transexuais
e 18,9% não informaram. A maioria das denúncias (41,9%) foi feita ao Disque 100
pela própria vítima.
O médico Dráuzio Varella fala sobre o tema violência contra homossexuais
em seu site. Ele começa dizendo que “A homossexualidade é uma ilha cercada de
ignorância por todos os lados.” Sempre achei que informação e conhecimento evitam
as atitudes intolerantes. Não é necessário aprovar, mas respeitar.
Alguns fatos importantes são destacados por Varella, que valem a pena
reproduzir. Primeiro a existência de mulheres e homens homossexuais em todas as
civilizações e em qualquer época. Depois a questão do que é ou não antinatural.
“Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal
entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a
boca para comer e a língua para articular palavras?”
Passa ainda pela grande variedade de espécies animais que vivenciam a
homossexualidade, o que coloca por terra a teoria de perversão humana. E
explica que a sexualidade não é opção. Que não podemos controlar nosso desejo.
Finalizo com um trecho bastante provocativo do texto do médico: “Os que
se sentem ultrajados pela presença de homossexuais na vizinhança, que procurem
dentro das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao
contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a
sexualidade pessoal costumam aceitar a alheia com respeito e naturalidade.”
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