O filme “Brüno”, que retrata um jornalista gay no mundo da moda, liderou a bilheteria dos cinemas norte-americanos no primeiro final de semana de exibição. As críticas e polêmicas em torno dele parecem aguçar a curiosidade do público.
A película arrecadou US$ 30,4 milhões (cerca de R$ 61,24 milhões). O segundo lugar em bilheteria da temporada ficou com “A Era do Gelo 3” ao arrecadar US$ 28,5 milhões (cerca de R$ 57,41 milhões).
O falso documentário satírico ganhou classificação máxima nos EUA. O personagem Brüno é vivido pelo comediante Sacha Baron Cohen e tem desagradado várias pessoas que supostamente aparecem no filme sem seus consentimentos. É aí que a polêmica começa.
O tal personagem homossexual percorre a paisagem norte-americana pegando pessoas que contracenam com ele de surpresa e constrangendo muita gente. Os grupos de defesa dos direitos dos gays se dividem em suas reações.
O filme explora sem piedade a homofobia que nasce do desconforto gerado por uma homossexualidade agressiva. A preocupação é que certos espectadores não percebam a piada e saiam dos cinemas com a ideia de que a homofobia é legítima.
No entanto, “Bruno” também é uma mensagem sobre o que é pertencer a uma minoria na América em 2009.
Centrando-se no personagem Brüno, não há qualquer ambiguidade: trata-se de um gay louco e afeminado. Nos materiais promocionais, surge vestido com cuecas sensuais, roupa íntima de leopardo ou nu montado num unicórnio. Numa cena, aparece num talk-show com uma criança no colo, vestida com uma T-shirt onde se lê "Gayby" (gay por perto). A sequência mostra um flashback com Brüno fazendo sexo numa jacuzzi e o bebê sentado ao lado. Em seguida, ele gaba-se de o bebê ser um ímã para atrair homens.
Em outra cena, determinado a tornar-se heterossexual, recorre a um instrutor de artes marciais para aprender a proteger-se dos homossexuais. O instrutor avisa que os homossexuais são traiçoeiros: “Alguns se vestem da mesma forma que eu ou você."
A Universal Pictures declara que “Bruno” utiliza a comédia provocadora para trazer à tona o absurdo de muitas formas de intolerância e ignorância, incluindo a homofobia. As situações extremas põem as pessoas frente a frente com seus estereótipos e preconceitos.
Defensores dos direitos dos homossexuais, no entanto, querem que Sacha Baron Cohen e a Universal Pictures recordem ao público que a intenção é expor a homofobia. Abafa o caso!
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