A proposta do blog é ser fonte de informação e discussão de temas da comunidade gay. A ideia não é ficar falando apenas para o público gay, mas colocar todo mundo para pensar junto. Afinal, somos G, L, B, T, S e tantos mais. O próprio nome do blog quer provocar um estranhamento: a sigla que se refere à comunidade gay cada hora aparece agregando um novo rótulo. Pra quê?
sábado, 22 de janeiro de 2011
Não precisa mais contar
Não precisa mais contar porque não importa. A proibição de militares assumidamente homossexuais nas Forças Armadas norte-americanas fundamentava-se em estereótipo e preconceito.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sancionou no último mês (22/12) a extinção da lei que proibia gays nos serviços militares daquele país. Ele avalizou decisão do Congresso de anular tal lei, criada em 1993 e conhecida como "Don't Ask, Don't Tell" ("Não Pergunte, Não Conte").
O fato foi bem noticiado, mas talvez não tão refletido pois aconteceu numa época na qual as atenções estavam voltadas para as festas de fim de ano.
Vale a pena destacar o importante passo dado. Que diferença faz o fato de ser ou não gay para o exercício das atividades militares? Por acaso todos os heterossexuais são aptos? Claro que não. Da mesma forma, só os gays com condições de desempenhá-las é que o farão. E só irão comandar tropas se tiverem envergadura para isso. A não ser que o preconceito barre o processo.
Digo que a proibição era fundamentada em estereótipo pois só era explicada através de uma imagem preconcebida do homossexual masculino de que ele é afeminado. Isso limita muito o entendimento da homossexualidade, que se refere à atração de um ser por outro do mesmo sexo. E ponto. Qualquer outra característica associada é mera coincidência. Há gays com mais força física ou atitude que muitos heteros. Isso não diz nada a respeito do que eles preferem sexualmente.
É essa limitação, essa falta de conhecimento, que acaba gerando preconceito e discriminação. Não que o fato de saber isso ou aquilo vá necessariamente mudar convicções. O legal é poder compreender e passar a respeitar as diferenças.
O estereótipo é um conceito infundado. Atribui a todos os seres de um grupo uma característica, frequentemente depreciativa. E aí surgem o racismo, o machismo, a xenofobia, a homofobia e a intolerância religiosa.
Simbólico o fato de o presidente a sancionar o fim da proibição ser negro. Ele se declarou orgulhoso. Relatório da Defesa dos EUA divulgado no semestre passado revelou que a maioria dos militares aceita colegas gays. Cerca de 70% dos entrevistados disseram que o fim da lei “Não Pergunte, Não Conte” teria impacto positivo ou não faria qualquer diferença no funcionamento das Forças Armadas. As entrevistas foram realizadas com 115 mil militares e 44 mil cônjuges.
São indícios de mudanças positivas. A decisão foi, sem dúvida, uma vitória contra a intolerância!
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Um comentário:
Não sabia da extinção dessa lei e gostei muito da informação que nos dá a sensação de que de alguma forma caminhamos para um melhor entendimento e respeito pelas diferenças e peculiaridades inerentes à nossa condição humana, e assim, seremos respeitados por nossas escolhas e capacidades independentemente da nossa cor, religião, gênero, sexualidade entre outros "aspectos tipicamente humanos".
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