São dois os principais estigmas – sinais, marcas – a que a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) está submetida. O da promiscuidade e o do uso de drogas. Sobre a promiscuidade já tivemos a oportunidade de falar um pouco. Hoje, gostaria de abordar a relação entre gays e drogas.
Pesquisa recente desenvolvida pela Universidade de Pittsburg sobre esta relação aponta números alarmantes. Jovens gays, lésbicas e bissexuais estão 190% mais propensos a usarem substâncias ilícitas do que os jovens heterossexuais da mesma idade. Entre os bissexuais, o número sobe para 340%, e entre as jovens lésbicas, para 400%.
Um atenuante é o fato de drogas lícitas, como tabaco e álcool, terem sido consideradas no estudo. Mas, mesmo assim, os números são de deixar qualquer um “bege” ou chocado (sem ignorar os que defendem o uso de drogas).
A homofobia e a discriminação são apontadas como responsáveis pelo uso das substâncias pelos jovens estudados. Além de tabaco e álcool, estão incluídas maconha, cocaína, anfetamina e drogas injetáveis. Os responsáveis pela pesquisa entendem que, historicamente, grupos marginalizados ou oprimidos, sem as mesmas oportunidades ou direitos, sofrem intensamente.
Os números apresentados na pesquisa foram obtidos através do cruzamento de 18 estudos realizados entre 1994 e 2006 com organizações de apoio a jovens gays e usuários de drogas.
Quase tudo que envolve os gays parece questionável. Talvez porque realmente o mundo seja visto de várias formas por diferentes pessoas. Nada é definitivo e alguns assuntos polêmicos são escancarados neste meio. Vejamos.
As raves e clubes eletrônicos parecem tomados de gays cheios de bala na cabeça, mas muitos homossexuais não usam nenhum tipo de droga, nem as lícitas.
Um fato importante para tentar esclarecer tudo isso é que no surgimento da Aids, os os grupos em que o vírus HIV se disseminou mais rapidamente foram os gays e os viciados em drogas injetáveis. Com o tempo, este quadro mudou, mas novamente as estatísticas mostram que os gays e os usuários de drogas apresentam um crescimento vertiginoso de novas infecções.
As drogas muitas vezes fazem parte de um ritual de auto-afirmação, que compensa limitações e potencializa prazeres. Sob o fascínio das luzes e das sirenes nas boates, gays se jogam em fantasias e se arriscam em cena. Deixe de ser “lesado”. Se liga!
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